Jotabê, Feliciano, Facebook
O deputado Marco Feliciano não é bobo – e por
isso enxerga o óbvio: rede social não depõe ninguém, não influi muito.
Significa pouco até para a maioria dos usuários, que veem o Facebook, por exemplo,
como uma Disney, um Tivoli Park para espíritos ególatras. Todos querem fazer
rir no Facebook. Marco Feliciano, ao contrário, fala sério, e por isso leva
vantagem. Não está preocupado com a imagem que eu, por exemplo, faço dele. Não
sou seu eleitor e ele possivelmente sabe disso. Está, sim, de olhos bem abertos
para aqueles que o elegeram, e que lhe são fiéis em todos os níveis porque
continuarão a apoiá-lo – leia-se “votando nele” – se ele mantiver o ideário que
o levou à condição em que está: blindado pela lei, protegido pelos privilégios
que são concedidos a todos os deputados, falando o que quer e sofrendo banais
retaliações que não maculam tanto assim a imagem (se é que ela importa) de um
homem público. [...] São sete da noite: quarta-feira, dia 3 de abril. Acabo de
ler que Marco Feliciano exigiu que a reunião da CDH, a comissão que ele chefia,
fosse feita a portas semi-fechadas, permitindo que somente jornalistas e outros
deputados tivessem acesso a ela. Repito: ele não é bobo e, por mais que haja
manifestações aqui e acolá, sejam elas de civis comuns ou de colegas de
parlamento, tais protestos se tornarão mais raros com o tempo. [...] Francisco
Grijó (gazetaonline.globo.com – Acesso em 09/04/2013)
1- A crônica é um gênero literário moderno, publicada
originalmente em jornais, que quase sempre leva o leitor a fazer uma reflexão sobre
os mais diversos temas. A partir do
trecho apresentado acima, é possível dizer que a crônica apresentada
caracteriza-se por
a) fazer uma análise da pouca eficácia das redes sociais
contra políticos polêmicos, como o deputado Marco Feliciano. X
b) enfatizar que as redes sociais são as novas formas de
entretenimento dos jovens e dos políticos, substituindo a Disney e o Tivoli
Park.
c) comprovar que a politica, ao contrário da rede social,
não é para fazer rir e, sim, para ser tratada com seriedade.
d) noticiar que Marco Feliciano fez uma reunião a portas
semifechadas, a fim de evitar comentários em redes sociais.
e) analisar a rede social como uma nova forma, encontrada
pelos políticos polêmicos, de angariar votos e elegerem-se.
2- A crônica de Francisco Grijó, por sua abordagem e sua
estrutura, pode ser classificada como
a) uma crônica-narrativa, próxima do conto, que tem como
eixo uma história ficcional, cujo protagonista é o deputado Marco Feliciano.
b) uma
crônica-poema que tem conteúdo lírico, de extravasamento da alma do cronista
diante dos fatos políticos recentes.
c) uma crônica-comentário, que discorre e reflete sobre
acontecimentos diários em destaque na imprensa. X
d) uma crônica-metafísica, que aponta reflexões sobre
acontecimentos e homens grandiosos para a sociedade e para a história.
e) uma crônica-poema em prosa, que destaca fatos
significativos somente para o cronista e usa verbos e pronomes em primeira
pessoa.
RETRATOS DE UMA ÉPOCA Mostra exibe cartões-postais de um
tempo que não volta mais
Em tempos de
redes sociais e da presença cada vez maior da internet no cotidiano, pouca
gente se recorda de que nem sempre tudo foi assim tão rápido, instantâneo e
impessoal. Se os adultos esquecem logo, crianças e adolescentes nem sabem como
os avós de seus avós se comunicavam.
Há 15 dias, uma
educadora no Recife, Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os
meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais. Pois
eles já foram tão importantes que eram usados para troca de mensagens de amor,
de amizade, de votos de felicidades e de versos enamorados que hoje podem
parecer cafonas, mas que, entre os séculos XIX e XX, sugeriam apenas o
sentimento movido a sonho e romantismo. Para se ter uma ideia de sua
importância, basta lembrar um pouco da história: nasceram na Áustria, na
segunda metade do século XIX, como um novo meio de correspondência. E a
invenção de um professor de Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso
que, em apenas um ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no
Império Austro-Húngaro. Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados com
ansiedade.
– A moda dos cartões-postais, trazida da
Europa, sobretudo da França, no início do século passado para o Recife de
antigamente, tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra o
colecionador Liedo Maranhão, que passou meio século colecionando-os e reuniu
mais de 600, 253 dos quais estão na exposição “Postaes: A correspondência
afetiva na Coleção Liedo Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital
pernambucana.
O pesquisador,
residente em Pernambuco, começou a se interessar pelo assunto vendo, ainda
jovem, os postais que eram trocados na sua própria família. Depois, passou a
comprá-los no Mercado São José, reduto da cultura popular do Recife, onde eram
encontrados em caixas de sapato ou pendurados em cordões para chamar a atenção
dos visitantes. Boa parte da coleção vem daí. [...]
– Acho que seu impacto é justamente o de trazer para o
mundo contemporâneo o glamour e o romantismo de um meio de comunicação tão
usual no passado – afirma o curador Gustavo Maia.
– O que mais chama
a atenção é o sentimento romântico como conceito, que pode ser percebido na
delicadeza perdida de uma forma de comunicação que hoje está em desuso –
reforça Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...] (Letícia
Lins. Revista O Globo, n. 353, p. 26-28, 1. o mai. 2011. Adaptado.)
3- A ideia central contida nos dois primeiros parágrafos é
a de que
a) a necessidade de comunicação interpessoal
desenvolveu-se só com a internet.
b) os cartões-postais eram, à sua época, considerados
cafonas.
c) a troca de mensagens de amor e amizade realizada hoje
pela internet era realizada, antes, similarmente por meio dos cartões-postais. X
d) a importância dos cartões-postais se deveu ao fato de
terem sido criados na Europa e, então, trazidos para o Brasil.
e) os cartões-postais
eram o principal meio de correspondência entre os professores na Áustria.
4- No trecho “Para se ter uma ideia de sua importância, basta lembrar um pouco da história”, retirado do
segundo parágrafo, o pronome em destaque refere-se a
a) história.
b) cartões-postais. X
c) pesquisa.
d) Niedja Santos.
e) Recife.
5- Pela leitura do texto, pode-se deduzir que a época do
surgimento dos cartões-postais se caracterizava por
a) lentidão e impessoalidade.
b) indiferença e ligeireza.
c) rapidez e solidariedade.
d) vagareza e permanência. X
e) pessoalidade e velocidade.
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