Mendigo Faminto
O mendigo se
aproxima de uma madame cheia de sacolas de compras, no centro da cidade, e diz:
— Senhora, estou sem comer faz quatro dias… — Meu Deus! Gostaria de ter sua
força de vontade!
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- acesso em 18/10/09.
1) Assinale a alternativa correta quanto a intenção
linguística apresentada pelo mendigo quando dirige-se para a madame, isto é, o
que ele quis dizer:
a) ( ) O mendigo
queria apenas que a madame soubesse como fazer regime sem sofrer.
b) ( ) o mendigo
apenas queria informar a madame há quantos dias ele estava sem comer.
c) ( ) ao ver a
madame com tantas sacolas, ele queria carregar as sacolas para ela e, com isso,
ele poderia comer algo assim que chegasse na casa da madame.
d) ( ) ao perceber
que ela tinha dinheiro para comprar tantas coisas, que era uma mulher de
posses, ela poderia dar-lhe algum dinheiro para que ele pudesse comprar algo
para comer. x
2) Marque a alternativa que demonstre a verdadeira
intenção da madame ao achar que o mendigo tem grande força de vontade:
a) ( ) a madame
não quer ajudar o mendigo e finge não entender o que ele quer de fato,
elogiando a sua força de vontade. x
b) ( ) ela
acredita que só com muita força de vontade ela poderia ficar sem comer por
quatro dias, como faz o mendigo.
c) ( ) o mendigo
é, para ela, um exemplo de força de vontade e de elegância, pois apesar de ter
fome, não come há quatro dias, já que está fazendo regime para perder peso.
d) ( ) ela não
entende que o mendigo não come há quatro dias porque não tem o que comer, nem
como comprar. Para ela essa não é uma realidade de nosso país.
Coração conta diferente
— Ai...
— O
que é que você tem, Tiago?
Quem
falou ai fui eu. Quem me perguntou o que é que eu
tinha foi o Renato, que fica sentado do meu lado e pode vigiar tudo o que
faço. Ele deve ter pensado que alguma coisa estava doendo. Mas esse ai não
era de dor.
Então,
suspirei de novo, mas agora sem falar nada. Esse suspiro saiu como um sopro,
que balançou as folhas do meu caderno. E pra dentro, baixinho, pra ninguém
escutar, eu gemi: Ai, Adriana...
É que
ela levantou para ir ao quadro. Logo hoje que ela soltou o cabelo comprido
daquele rabo-de-cavalo que ela costuma usar. O cabelo dela é tão lindo...
Parece de seda e tem um brilho que eu ia dizer que parece o Sol. Mas a Adriana
tem cabelos pretos e Sol moreno fica meio esquisito.
7x5 =45...
—
Tá errado, tia! Tá errado! — gritou toda esganiçada a Catarina.
A
tia então mandou a Adriana sentar. A Catarina correu e meteu o apagador em cima
daqueles números tão bem desenhados, corrigindo com um 35 tão
sem graça quanto a sua voz.
Adriana
voltou pro lugar dela e eu nem pude ver se ela estava com a cara muito
vermelha. Ela ficou com a cabeça abaixada um tempão. Eu senti que ela estava
triste e fiquei muito triste também. Aí, arranquei a beiradinha da última
página do meu caderno e escrevi:
Não
liga, Adriana. O 45 que você escreve é tão lindo quanto o seu cabelo.
Dobrei meu bilhete. Fiz bem depressa uma bolinha
com o bilhete dobrado, mirei e joguei. Ela caiu no colo da Adriana.
Meu coração
bateu depressa. Ai, ai, ai, meu coração martelando tantos ais no
peito. A Adriana foi desamassando o bilhete bem devagar. Ela leu, depois
guardou dentro do estojo. Nem olhou pro meu lado. De repente me lembrei de uma
coisa terrível: EU NÃO TINHA POSTO O MEU NOME NO PAPEL!
Nisso,
a tia me chamou. Eu só pensava naquela confusão.
—Tá
errado! Tá errado! Deixa eu fazer, tia?
Eu olhei pro
quadro e entendi... 8 x 6 = 36... A tia me mandou sentar. Fui,
morrendo de sem graça.
Cheguei na minha
carteira e vi uma bolinha de papel bem em cima do meu caderno. Quando
ninguém estava mais olhando, eu disfarcei e abri:
Eu
também me amarro no seu 36.
No
cantinho do papel estava assinado: Adriana
Coração conta
diferente. Lino de Albergaria São Paulo: Scipione, 1992.
2- Faça a correspondência, de acordo
com o texto:
(1) Catarina (3) Tem
lindos cabelos pretos.
(2)
Renato (4) Narra
a história.
(3)
Adriana (2) Senta-se próximo
ao narrador.
(4) Tiago (1) Tem
a voz esganiçada
1- Analise o texto lido e use C
(CERTO) ou E (ERRADO):
(C) O texto é uma narrativa.
(E) O texto pode ser considerado um
poema porque está escrito em versos.
(C) O autor transcreve as falas das
personagens, por meio do discurso direto.
(C) O narrador é personagem porque
participa das ações da história contada.
(E) O narrador é observador, porque
não participa da história contada.
oi
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